sábado, 19 de maio de 2007

17 de Maio: Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia


Este é um cartaz canadense da Campanha Mundial de Luta contra a Homofobia que diz, “orientação sexual não é escolha”.

Estou um pouco atrasada em ralação a esse post, é que só hoje fiquei sabendo que o dia 17 de maio representa um tema tão importante e, mesmo estando atrasada, já que hoje é 19 de maio, acho de grande relevância abordar este assunto.

A homofobia é um termo criado para expressar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais
ou homossexualidade.

Quanto a razões específicas para a homofobia, alguns estudiosos e indivíduos comuns atribuem-na às mesmas noções que estão por trás do racismo e qualquer outro preconceito. É uma oposição instintual a tudo aquilo que não corresponde à maioria com que o indivíduo se identifica e às normas implícitas e estabelecidas por essa mesma maioria. É a necessidade de reafirmação dos papéis tradicionais de gênero, considerando o indivíduo homossexual alguém que falha no desempenho do papel que lhe corresponde segundo o seu gênero.

Outra possível motivação para tal comportamento é a dúvida de um indivíduo quanto à sua própria sexualidade. Situação a que se dá o nome de homofobia interiorizada.

São formas de insulto homofóbico, a difamação, agressões verbais, gestos e mímicas obscenos mais óbvios ou formas mais sutis e disfarçadas, como a falta de cordialidade e a antipatia no convívio social, a insinuação, a ironia ou o sarcasmo. Isso sem falar nas agressões físicas que muitos homossexuais sofrem.

Uma pesquisa do IBOPE, em 2006, constatou que a homofobia ainda é uma prática que predomina entre os brasileiros. 56% dos entrevistados afirmam que mudariam sua conduta em relação a um colega de trabalho que revelasse ser gay e 20% passariam a evitá-lo, 36% deixariam de contratar um homossexual para um cargo em sua empresa mesmo que ele fosse o candidato de melhor qualificação e 45% trocariam de médico se ficassem sabendo que ele é gay.

Um caso dentre tantos, que me marcou aqui no Brasil, foi o do escritor, filósofo e professor universitário Ali, 39 anos, gay. Aconteceu no dia 11 de fevereiro desse ano, quando estava voltando para casa com alguns amigos, ele foi cruelmente atacado por um bando de rapazes (mais ou menos dez) vestindo preto e armados com cacos de garrafas.

Seus amigos correram até uma guarita da Polícia Militar para pedir ajuda, mas a polícia se omitiu dizendo que aquela região não era sua jurisdição! Quando os amigos de Ali voltaram em seu socorro, ele estava na calçada, caído, inconsciente, muito machucado e com os dentes quebrados. Felizmente Ali sobreviveu a tamanha brutalidade, mas é incabível e inaceitável saber que uma pessoa foi brutalmente espancada por ser gay.
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Esta é a foto de Ali, no hospital. Sei que é chocante, mas é necessário para vermos o tamanho da brutalidade que fizeram com ele nesse dia, sem contar os muitos outros casos de agressões semelhantes que acontecem dos quais não ficamos sabendo. Embora estejamos vivendo em "tempos modernos", ao contrário do que se pensa, a homofobia e consequente violênica que ela provoca, vem aumentando consideravelmente no mundo...

Ali sobreviveu, mas muitos não têm a mesma "sorte" que ele. Segundo o GGB (Grupo Gay da Bahia) a cada dois dias, um homossexual é assinado no Brasil, muitas vezes, “com requintes de crueldade, muitas facadas ou tiros”. Ocorrem no país mais de cem homicídios de homossexuais por ano. A contagem é feita por meio de clippings sobre matérias que saem na imprensa. O país não possui registros oficiais sobre as mortes. Por isso, o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira acredita que possa haver um número bem maior. “Só os casos mais chocantes acabam aparecendo nos jornais” ele diz.

"Homofobia é como racismo e anti-Semitismo e outras formas de intolerância que procuram desumanizar um grande número de pessoas, para negar sua humanidade, sua dignidade e sua cidadania" (Coretta Scott King, viúva de Martin Luther King Jr.)

"A homofobia é uma manifestação arbitrária que consiste em designar o outro como contrário, inferior ou anormal" (Borrillo).
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A homofobia começa em casa, (Com piadinhas, brincadeiras de mal-gosto, falta de respeito...) segue até a escola, ao trabalho e cada vez mais contamina toda a sociedade e a cultura (incluindo mídia) estimulando situações de humilhante desigualdade.