segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Relembrando 2007


Foi um bom ano, esta é a minha conclusão! Foi bom e atípico.

Neste ano, dentre tantas outras coisas que me aconteceram, conheci a net BBB (pra quem não sabe, é a fatia da internet que assiste, analisa e comenta o jogo Big Brother Brasil). Nem me lembro como foi que vim parar aqui, só sei que a partir de então as coisas aconteceram muito rápido...

Criei este blog, fiz amizades, me envolvi com o jogo, torci, vibrei, discuti, conheci pessoas... me apaixonei, voei pra outros espaços, outros blogs de BBB, deixei meu blog um pouco de lado... ACABOU... pus os pés no chão, voltei pro meu blog e to tentando deixar as coisas como antes, ou melhor...
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Conhecí Mariza Lourenço e seu blog, e a partir de então, despertou em mim o gosto pela poesia, pelos seus textos carregados de emoção, de desejos de vontades e de verdades... depois fui conhecendo outros poetas e isso foi uma das melhores coisas que me aconteceu neste ano! Peguei gosto pela poesia, quem diria?
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Foi um ano de descobertas, de re-descobertas, de novidades, alegrias, saudades, festas, diversão, amizade, carinho, sorrisos, paixão, desejos, sonhos, ilusões, desilusões, coração batendo forte, tristezas, dúvidas, questionamentos, planos, viagens, vida nova... recomeço... é, foram fortes emoções!
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Neste ano, aprendi com a Vivis, uma nova palavra: Serendipity
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A quem possa interessar, o significado de "Serendipity" é, encontrar algo bom, inusitado, por um acaso. Isso me aconteceu neste ano e, espero que em 2008 aconteça de novo, e de novo, e de novo...
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Definitivamente, não tenho do que reclamar desse ano velho que já finda... até os momentos ruins me são caros, não me desfaria deles. Com eles crescí um pouco, me conhecí mais um cadim, pude desfrutar de sensações deliciosas... depois de ir ao chão, me fortalecí e cá estou, inteira, de pé, porque no fim das contas, nós inverga mais não quebra... hahahahaha...
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E que venha 2008, e com ele, muita saúde, alegrias várias, paz, din-din, tim-tins, paixões, surpresas boas, sonhos realizados, amor aos montes, humor, gargalhadas, viagens, bjos na boca, sexo e tudodebom que essa vida tem a nos oferecer. É isso que desejo pra nós, Matutos!
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Um forte e caloroso abraço pra todos os matutos e matutas que sempre estão por aqui, aos atuantes no haloscan e aos da moita... aos que chegam por acaso, através do google ou de outra forma e vão ficando, ou param e lêem algo e se vão... vocês me são caros! Vocês são ouro puro!
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Bjão!


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Inté...

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sábado, 29 de dezembro de 2007

O Amor de Eros e Psiquê

Clique na imagem para ampliar...

Mitológico Eros

A doce loucura pintada sobre o véu do teu corpo
O suspiro inspirado
A nuvem que se afasta e te descobre
Nu
Acaricio a vulnerabilidade de ti
Disparo sobre ti a arma de cristais que te faz ser homem
O desejo
A volúpia
A excentricidade de fazer-te meu uno
A inocência utópica de tuas vestes translúcidas
O arrepio volúvel
O adormecido desperto
O teu corpo
Nu
Bebes um golo do vinho dos deuses
E deixas-te cair sobre panos enrolados de cetim
Cedo à tua mitologia orgásmica
Cedo ao grito
Ao prazer
Cedo à imagem refletida no espelho da criação
Emergimos os dois no banho da saudade
Palavras de eternidade
Sussurros vespertinos
O não verbo de deixar-te partir
E tu?
Elfo que desabrochas sobre uma montanha
Mitológico Eros
Ambrosiano parceiro de Afrodite
Misantropia erótica
Enlevo rodopiante
Abraço-me ao belo de ti e recebo o infinito.

E, continuando a série "Mitologia Grega", o Matutando conta hoje a história de Eros e Psiquê.

Eros tinha na Antigüidade dois significados: um, mais profundo e metafísico, descrito por Hesíodo em sua obra “A Teogonia”, como sendo “o princípio motor cósmico que tudo une e atrai – dos astros e os planetas até os seres vivos”. Já em Homero encontramos a versão mais popular de Eros. Este é filho de Ares com Afrodite, sendo representado como aquela criança sapeca (cupido) dotada de asas e uma aljava cheia de flechas do amor que atira a esmo para todos os lados, atormentando a vida dos deuses e dos mortais, com paixões repentinas e inusitadas.
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Assim como em quase todas as histórias da mitologia, também para o nascimento de Eros há diversas versões. Uma delas data da criação do mundo, quando a Noite, que circundava o Caos, foi fecundada pelo Vento, pondo um ovo de prata do qual saiu Eros, a representação do amor universal. Por não gostar da escuridão da noite, Eros pediu a Fanes, A Luz, que iluminasse o Céu e a Terra. E tendo-os desnudado, os uniu num abraço, fazendo surgir tudo o que ainda não nascera..

Uma segunda versão conta que Eros, também conhecido como o Cupido, seria filho de Afrodite, ou Vênus, deusa da beleza, que sempre fora muito cultuada por todos. Mas, num dado momento da história, a atenção que era dada aos templos da deusa começou a ser desviada para a beleza fora do comum de uma princesa mortal, Psiquê. Tomada de cólera por ver seus templos cada vez mais abandonados, Afrodite ordenou a seu filho que usasse uma de suas flechas fazendo com que Psiquê se encantasse pelo ser mais indigno da terra..

Eros partiu decidido a cumprir a tarefa, mas ao deparar-se com a jovem, foi imediatamente tomado pelo mesmo sentimento que distribuía entre deuses e mortais e se apaixonou por ela. Ao retornar, nada contou à mãe, limitando-se a deixar claro que a missão havia sido cumprida. A princesa, porém, desprezada por Vênus e amada por Eros, por mais que fosse admirada pelos homens, não encontrava quem por ela se apaixonasse. Preocupados, os pais foram ao Oráculo, onde obtiveram a seguinte resposta: "A virgem não se destina a ser esposa de um amante mortal. Seu futuro marido a espera no alto da montanha. É um monstro a quem nem os deuses nem os homens podem resistir.".

Desesperados, mas resignados com o destino imposto à filha, vestiram-na para as bodas e a levaram ao alto da colina, deixando-a sozinha. Ali, enquanto esperava, adormeceu e foi levada pela suave brisa de Zéfiro a um vale florido no qual se erguia majestoso castelo. Deslumbrada, ouviu uma voz que a conduziu ao palácio. Não havia ninguém ali e Psiquê temeu que o monstro surgisse ao cair da noite..

Mas quando escureceu, quem se aproximou foi Eros, a quem, no entanto, Psiquê não pôde ver. Mesmo assim, sentiu grande paixão pelo marido, ainda que, por vezes, lhe implorasse para ver seu rosto, desejo do qual era demovida sob a ameaça de terrível desgraça..

Apaixonada, Psiquê vivia feliz, mas passado algum tempo, passou a ser atormentada pela lembrança da tristeza com que os familiares a entregaram a um destino que julgavam terrível. Desejando despreocupá-los e com eles dividir sua felicidade, Psiquê, depois de muito insistir, conseguiu de Eros a permissão para trazer as irmãs ao castelo. Estas, que antes a pranteavam, ao verem o luxo no qual vivia, passaram a invejá-la e decidiram vingar-se..

Assim, encheram de dúvidas a mente da jovem que, tomada de curiosidade, seguiu as instruções das irmãs para conhecer a identidade do marido. Preparou uma lâmpada e uma faca afiada de forma que, quando ele dormisse, ela pudesse iluminar seu rosto e, caso fosse mesmo o terrível monstro previsto pelo Oráculo, lhe cortaria a cabeça e se libertaria da maldição. Mas ao iluminar o amado não viu um monstro, e sim o mais belo ser vivente. Emocionada, deixou cair, sem querer, uma gota do óleo da lâmpada no ombro de Eros, que acordou assustado e, percebendo a traição, deixou o palácio para não mais voltar dizendo "O amor não pode conviver com a desconfiança"..

As irmãs, sabendo do ocorrido, e com a esperança de serem escolhidas pelo deus, agora que este já não queria a esposa, foram, cada qual a seu tempo, à colina e convocaram Zéfiro para levá-las ao palácio. Quando lançaram-se no ar, não sendo sustentadas pelo vento, caíram no abismo, encontrando a morte..

Eros voltou para junto da mãe pedindo que lhe curasse o ombro. Mas ao contar-lhe como havia se ferido, despertou sua ira e fez com que desejasse ainda mais a vingança ainda não realizada. Assim, com o pretexto de tratar o ferimento, Afrodite trancou Eros na torre de seu templo como forma de protegê-lo dos encantos da esposa. Psiquê, por sua vez, começou a vagar à procura do amado, sem saber que dali em diante passaria por uma série de provações. Procurou auxílio em templos de vários deuses que, temerosos de desagradar Vênus, recusaram-se a ajudá-la. Cansada de andar em vão, decide ir à presença da própria Afrodite, na esperança de lá encontrar Eros. Assim começou uma série de tarefas impostas pela deusa com o pretexto de que provariam se a princesa merecia o esposo..

A primeira delas foi separar até a noite, uma grande quantidade de grãos de diversas espécies. Desanimada com a enormidade do trabalho, despertou a compaixão de formigas, que a ajudaram a terminar a tempo. A segunda tarefa consistia em recolher a lã dourada de certos carneiros que viviam perto de um rio. Também desta vez obteve ajuda, do rio, que lhe disse para colher a lã que ficava presa nos arbustos das margens. Como terceira tarefa, a jovem deveria subir a íngreme cascata que provinha da nascente do Rio Estige e pegar um pouco de sua água. Uma águia foi quem a ajudou a cumprir mais esta tarefa, êxito que enfurecia a deusa Afrodite. Por fim, uma tarefa impossível: Psiquê teria de ir ao Hades e pedir a Perséfone que colocasse numa caixa um pouco de sua beleza para dar a Afrodite. Mesmo tendo recebido instruções de como ultrapassar os portões do reino dos mortos ilesa, ao tomar posse da caixa, não resistiu à curiosidade de usufruir seu conteúdo e apresentar-se ainda mais bela ao marido. Mas dentro da caixa não havia beleza, e sim o sono da morte. Por sorte, recuperado de seu ferimento e ciente do que acontecia, Eros abandonou a casa materna e saiu em busca da esposa, indo encontrá-la ainda adormecida. Despertando-a e aprisionando novamente o sono na caixa, mandou que entregasse a encomenda a Vênus sem dizer palavra..

Para ter certeza de que não mais se separaria de Psiquê, o Cupido suplicou a Zeus que o unisse em matrimônio à jovem, no que foi atendido. O próprio Zeus lhe deu a ambrosia para beber, tornando-a, assim, imortal, e depois os declarou esposos. Desta união, que não pôde ser impedida por ninguém, nasceu uma criança chamada Volúpia.
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Inté...
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Da Boca pra Fora...

Falar é fácil, fazer é que são outros quinhentos... ouço isso desde que me entendo por gente... ontem, no post, falei sobre as pendências do ano de 2007, dos rôlos, das coisas mal resolvidas e tals... eu disse que tinha que deixar tudo nos trinques pra entrar em 2008 sem débitos, sem "e se", sem expectativas vãs... mas, aplicando a frase do início aí, já deu pra perceber que as coisas não são bem assim, né?
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Rapadura é doce, mas não é mole não!
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A julgar pelos comentários da maioria da matutada, tem coisa que é melhor deixar quéto, não tentar abortar e outras não tentar concluir às preças, e sim, deixar acontecer pra ver onde vai dar... e é isso que to fazendo. O que eu não consegui resolver em tempo hábil, não será em tempo record que o farei. Eu bem sabia que voltaria atrás no meu pensamento de ontem, sobre tudo, sobre todas as coisas que falei... me conheço o suficiente pra saber que promessas de final de ano, em se tratando de euzinha, são balela! Cumpro não!
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Poisé, poisé, poisé...
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"Deixe a vida me levar, vida leva eu..."
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ESCLAVE
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Jurei nunca mais procurá-lo. Não, enquanto vivesse. Mas tenho vivido o suficiente para desistir de minhas juras.
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de promessas e bons propósitos meu inferno está¡ cheio.
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Encontrei-o dormindo. Meu escravo. E, por Deus, não havia notado aquele jeito bonito de se espalhar pela cama. Tão vulnerável e à mercê de meu corpo posseiro.
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como desejei ser apenas esquecimento. Esquecimento e perdão.
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Despi-me de toda a roupa e em seu corpo rocei minha mágoa. E ele nem precisou abrir os olhos para reconhecer a saudade úmida que o tocava.
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como ansiei ser somente boca. Boca e língua.
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Vali-me de seu sono, admito, para cavalgar sua eterna disposição de macho. Ele sorriu. Ele gemeu. E eu o flagelei com os dentes, com a vulva. Com o verbo. Meu homem-objeto.
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Sobre a pequena mesa deixei o envelope pardo. Sem nome. Lacrado. Em seu interior a quantia de sempre.
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para o inferno com todas as juras. Ele me dá¡ tudo o que quero...
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O meu amado.
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Pra ler um cadim mais os deliciosos textos dessa talentosa escritora e amiga, visitem o blog dela e aproveitem!
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Música de hoje: "Se" - Grande Djavan... hehe

Djavan-Se....mp3

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Inté...

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

De Agora em Diante...


Poisé, o natal se foi, as festas acabaram, sobras da ceia e sobras do ano...

Sobras do ano?

É, sobras do ano. Refiro-me a tudo aquilo que deixamos de concluir, coisas por fazer, pendências, “assuntos” mal resolvidos... é chegado o momento de desenrolar tudo isso. Terminar o que você quer ver concluído e por fim nas coisas que você teima em não querer aceitar que findou-se, mas que no fundo, no fundo, você tem a certeza de que é assim que tem que ser... Dispa-se das ilusões quanto a coisas desse tipo, é preciso.

Abra espaço pra novas experiências, pra conhecer pessoas, lugares, culturas, opiniões diversas... abra também uma garrafa de vinho, pra comemorar, ou pra ajudar a deixar tudo isso pra traz, pra ajudar a “esquecer”... funciona, às vezes... abra seu coração... abra seu campo de visão... abra sua mente... abra um sorriso e um abraço para uma pessoa legal... abra espaço...

A começar por mim, tenho que fazer isso.
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Promessas de fim de ano... eu pensava ter largado mão delas... será? Se for como tantas outras que fiz, fica o dito pelo não dito.

“É tão pouco, muito louco
ser flor e pedra em seu caminho
sofrer, gemer, quase em silêncio
morder seu nome no lenço
ver nossa estória por um fio
é tão vazio...”


(Trecho da música – Trem das Ilusões/Elba Ramalho, que você pode ouvir no post aí embaixo...)


Tempos atrás, uma pessoa deixou esta poesia, aqui no halos, pra mim... hoje eu a coloco no post...

A Uma Passante

(Baudalaire)
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A rua ensurdecedora urrava ao meu redor
Alta e esbelta, toda de luto, majestosa na dor,
Uma mulher passou, a mão vaidosa
Erguendo, balançando a bainha e o festão.
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Ágil e nobre, com pernas de estátua.
Eu, crispado como um extravagante, bebia
No seu olho, lívido céu que gera o furacão,
A doçura que fascina e o prazer que mata.
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Um clarão... e a noite depois! - Fugidia beleza,
De olhar que me fez renascer,
Será que só te verei de novo na eternidade?
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Tão longe daqui! Tão tarde! Talvez nunca!
Pois ignoro para onde vais e não sabes para onde vou.
Ó tu que eu teria amado, ó tu que sabias disso.
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Música de hoje...
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Te Devoro - Djavan
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Inté...
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal Matutada Gente Boa!!!

Clique na imagem para ler o cartão!
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Músicas pra hoje...

ELBA RAMALHO - TRE...

02 - Nine Million ...

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Inté...

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sábado, 22 de dezembro de 2007

Um Conto de Natal

Nesses dias não ta nada fácil atualizar o Matutando. O corre-corre com preparativos pra ceia de natal, compra de presentes e organização de viagem, tem me tomado muito tempo... hoje fui à procura de um conto de natal pra postar, achei este legal, espero que curtam.
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Era véspera de Natal quando chegou em casa, arrastando os dissabores dos últimos doze meses. Chegou curvado e vencido, o ar faltando aos pulmões, sujo de angústia e ansiedade. Embora houvesse cumprido a missão – a mesma de todos os dias, de todos os anos – se sentia em falta. Os números, metas e objetivos fugidios atormentavam sua alma, seus sonhos e perspectivas. Sentiu que já estava farto de todas as responsabilidades que lhe sobravam. Bem que queria ter mais tempo para a família.
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Afrouxou o colarinho quase que instintivamente, buscando a janela e o ar fresco da rua. Viu o filho de longe, emoldurando o rosto sério, sentado na laje fria, brincando com a solidão antigripal, antifebril, antiviral – antipatia. Era rosto de tédio infantil. Tédio de criança sem graça.

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Foi então que se deu conta. Havia legado a frialdade dos concretos e mármores, a infertilidade dos monólogos ensimesmados, a pobreza dos pensamentos aprisionados. Deixara passar, simplesmente. E mesmo o novo ano não seria capaz de evitar que o novo fosse tão velho como a mesmidade dos números, metas, objetivos e obrigações – Chega!

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Se embriagou de loucura, peito inflado, olhos vermelhos decididos, o sangue da insanidade pulsando nas artérias, o rosto de quarenta e cinco anos de missões cumpridas, cansaço, enfado - Basta!. Foi no armário do quarto que encontrou o que precisava. A malha azul da mulher, as botas de chuva preta, a cueca e a toalha vermelhas, tudo do jeito que imaginou. Vestiu malha, sobrepôs cueca, calçou botas, amarrou toalha no pescoço. Engendrou, assim, uma outra missão, do tipo que se faz somente uma vez em vida, aquela que se impõe à razão como um dever metafísico. Por fazer, uma coisa só havia.

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Se aproximou da janela, decidido. Era necessário ir em frente, dar cabo daquela opacidade cotidiana, daquele rastro de vida. Respirou fundo, tentando encontrar toda a coragem possível. Subiu no parapeito, com o covardia nas pernas e a decisão no coração, desajeitado como quem improvisa. Subiu e esperou algum tempo. Depois, na ponta dos pés, ensaiou o salto, uma, duas, três vezes.

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O filho largou o brinquedo ao reconhecer o pai, enquadrado pelo marco da abertura, sem terno e gravata, sem celular, de mãos livres, esvoaçando a toalha que lhe pendia do pescoço. Foi tudo tão rápido que quase não conseguiu acompanhar.

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O homem colorido se atirou no ar, braços esticados, desafiando a gravidade – o verdadeiro desafio, o maior de sua vida. Despencou e, enquanto caía, viu, no rosto curioso do filho, romper um sorriso raro, sorriso inocente de quem acha divertido o que ainda não entende. A queda foi rápida e desajeitada. Quando os pés tocaram o solo de pedra, um baque surdo se fez ouvir, era o peso do corpo desabando sobre as pernas cansadas, anunciando o fim da empreitada, a última missão daquele dia, a mais importante de toda a sua vida.

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Quando o menino entendeu, soltou um grito: “Superman!”.

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No jardim, de pé em frente ao menino, com as mãos na cintura, olhar resoluto, pose de super herói, se fazia ver um homem de malha e cueca, botas de chuva e toalha, acenando para os vizinhos. Apesar da pequena altura da janela, torceu o tornozelo. Mas ninguém jamais soube disso.

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(Desconheço o autor)
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Lugirão, encontrei o presente de natal que você me pediu... ta bom esse papis Noel aí? hahahahahahaa...

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Cascada - Last Chr...

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Inté...

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Natal e Dionísio - Baco

No clima do Natal...
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E o bom velhinho fica chapadinho...hahahaaa...
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E da série "Mitologia Grega", o Matutando conta hoje, a estória de Dionísio, deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer vinho. Foi identificado ao romano Baco.
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DIONÍSIO
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Dioniso, divindade do vinho e da embriaguez, era na origem deus da vegetação, cultuado na Trácia e na Frígia.
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Filho de Zeus, Dionísio normalmente é caracterizado de duas maneiras. Como o deus da vegetação - especificamente das árvores frutíferas - ele freqüentemente é representado em vasos bebendo em um chifre e com ramos de videira. De acordo com a tradição, sua concepção ocorreu em Tebas, quando sua mãe, Sêmele, filha de Cadmo, o fundador da cidade, foi amada por Zeus que se disfarçara de homem.
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A vingativa Hera, irmã e esposa de Zeus, adotou a aparência da antiga ama-de-leite de Sêmele e se negou a acreditar que Zeus fosse o pai do filho que a princesa tebana esperava a menos que esta convencesse o deus que o demonstrasse, apresentando-se diante dela com o seu verdadeiro aspecto. Sêmele, então, preparou uma armadilha e o fez apresentar-se, como realmente era. O brilho de Zeus, no entanto, a fez encolher até convertê-la em nada, ela foi fulminada pelos seus raios. Zeus, contudo, salvou Dionísio de seu ventre e, durante meses, o levou no seu músculo (da coxa) até que o menino pudesse sair ao mundo. Outra tradição, credita sua maternidade a Perséfone, rainha dos infernos.
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Quando Dioniso nasceu, para protegê-lo de Hera, Zeus enviou-o a Nisa, onde cresceu e descobriu a vide e o fabrico do vinho. Depois realizou numerosas viagens para expandir seu culto e ensinar aos homens a arte da vinicultura. Antes de subir ao Olimpo, desceu aos infernos para buscar a mãe e levou-a consigo.
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Ele eventualmente tornou-se o popular deus do vinho e da alegria, e milagres do vinho eram reputadamente representados em certo festivais de teatro em sua homenagem. Dionísio também é caracterizado como uma alegre divindade cujos mistérios inspiraram a adoração ao êxtase e o culto às orgias. De fato, era bom e amável àqueles que o honravam, mas trazia loucura e destruição para aqueles que desprezavam as orgias a ele dedicadas.
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De acordo com a tradição, Dionísio morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra com o reflorescer das plantas e a nova frutificação das árvores, personificavam a promessa da ressurreição do deus. Dionísio era também conhecido entre os gregos como Baco, um nome que se referia aos altos brados com os quais Dionísio era adorado nas orgias, ou mistérios dionísicos.
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Estas celebrações frenéticas, que provavelmente se originaram em festivais primaveris, ocasionalmente traziam libertinagem e intoxicações. Esta foi a forma de adoração pela qual Dionísio tornou-se popular no século II a.C., na Itália, onde os mistérios dionísicos eram chamados de Bacanália e, posteriormente, bacanais (os quais, hoje, são sinônimo de orgias). As indulgências das Bacanálias tornaram-se extrema, e as celebrações foram proibidas pelo Senado Romano em 186 a.C. Entretanto, no século I d.C. os mistérios dionísicos eram ainda populares, como se evidencia em representações encontradas em sarcófagos gregos.
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Inté...
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A Cláusula do Elevador



Porque eram precavidos, porque queriam que sua união desse certo, e principalmente porque eram advogados, fizeram um contrato nupcial. Um instrumento particular, só entre os dois, separado das formalidades usuais de um casamento civil. Nele estariam explicitados os deveres e os compromissos de cada um até que a morte ou o descumprimento de qualquer uma das cláusulas os separasse.
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Passaram boa parte do noivado preparando o documento. Tudo correu bem até chegarem à cláusula que tratava da fidelidade. Ele ponderou, chamando-a de "cara colega", entre risadas (estavam na cama), que a obrigação de ser fiel deveria constar do contrato, claro, desde que a cláusula correspondente permitisse uma certa flexibilidade.
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- Vejo que o nobre causídico advoga em sem-vergonhice própria - brincou ela, cutucando-o.
- Não, não disse ele. - Só acho que devemos levar em consideração as hipóteses heterodoxas. As eventualidades alcatórias. As circunstâncias atenuantes. Em outras palavras, as oportunidades imperdíveis.
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E exemplificou:
- Digamos que eu fique preso num elevador com a Luana Piovani.
- Sei.
- Só eu e ela.
- Certo.
- Depois de 10, 15 minutos, ela diz "Calor, né?" e desabotoa a blusa. Mais dez minutos e ela tira toda a roupa. Mais cinco minutos e ela diz "Não adiantou" e começa a abrir o zíper da minha calça...
- Sim.
- O contrato deveria prever que, em casos assim, eu estaria automaticamente liberado dos seus termos restritivos.
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Ela concordou, em tese, mas argumentou que a licença pleiteada deveria ser mais específica, rechaçando a sugestão dele de que o inciso expiatório se referisse genericamente a "Luana Piovani ou similar". Depois de alguma discussão, ficou decidido que ele estaria automaticamente liberado da obrigação contratual de ser fiel a ela no caso de ficar preso num elevador com a Patrícia Pillar, a Luma de Oliveira ou uma das duas (ou as duas) moças do "Tchan", além da Luana Piovani, se o socorro demorasse mais de 20 minutos.
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Isto estabelecido, ela disse:
- No meu caso, deixa ver...
- Como, no seu caso?
- No caso de eu ficar presa num elevador com alguém.
- Defina "alguém".
- Sei lá. O Maurício Mattar. O Antônio Fagundes. O Vampeta.
- O Vampeta não!
- É só um exemplo.
- Não pode ser brasileiro!
- Ah é? Ah é?
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Foi a primeira briga deles. Ele se considerava um homem moderno e um escravo da justiça, mas aquilo era demais. Não conseguia imaginar ela presa num elevador com um homem irresistível, ainda mais com a absolvição pelo adultério garantida em contrato.
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Sugeriu o Richard Gere. Ela não era louca pelo Richard Gere? O Richard Gere ele admitia. Ela achou muito engraçado. As chances de ela ficar presa num elevador com o Richard Gere eram muito menores do que as chances dele de ficar preso com a Luana Piovani, que morava no Brasil, ora faça-me o favor.
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- Então o Julio Iglesias.
- O quê?!
- O Julio Iglesias vem muito ao Brasil.
- Eu tenho horror do Julio Iglesias!
- Bom, se você vai começar a escolher...
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Finalmente, chegaram a um acordo. Ele ainda relutou, mas no fim se viu sem nenhuma objeção convincente. Ela estaria liberada de ser fiel a ele se um dia ficasse presa num elevador com o Chico Buarque. Mas só com o Chico Buarque. E só se o socorro demorasse mais de uma hora!
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(Luís Fernando Veríssimo)
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Ps. Chico Buarque é tudibão! hehe...

Ana Carolina Elev...

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Inté...

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Não Pise no Meu Calo, Faz Favorrrr...

Pré-julgamento, um dos maiores vícios do ser humano!

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“tire a hipocrisia da sua resposta vazia

prove que radicalismo leva sempre ao erro

e que ninguém é igual a ninguém” (Porcos Cegos)

Você já foi pré-julgado? Já pré-julgou alguém? Provavelmente o sim é a resposta para ambas as perguntas... portanto, pense bem antes de sair julgando, fazendo insinuações com o dedo em riste. Lembre-se que, enquanto apontas um dedo pra alguém, três estão apontados pra você!

"Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.

Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é ditar regras. Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros..."

(Trechos de Reverência ao Destino – Carlos Drummond Andrade)

Porque será que quando uma pessoa não vai com a nossa "linda carinha", tudo de ruim ou que pareça inadequado, nos é atribuído por ela? Porque tamanha necessidade de descarregar sua raiva, seus ciúmes e quem sabe, frustrações, na gente? Eu einh! Como andei ouvindo muito, por aí: Só me benzendo pra ver se me livro dos encostos... Hum... parece que tô ouvindo barulho de correntes se arrastando... será? Eita!

Tais palavras, quando faladas por outras pessoas, que não nós, e em tom irônico, não parecem nada engraçadas, não é mesmo?


Inté...

domingo, 16 de dezembro de 2007

A Chuva cai... e faz um Barulhinho Bom...

Hoje o dia amanheceu cinza... mas não é um cinza triste, é um cinza de céu nublado, carregadinho de chuva. Eita coisa boa!

Adoro chuva! O cheiro que brota da terra anunciando sua chegada, o ventinho que refresca, uma sensação (pessoal) de estar prestes a lembrar de algo bom que me aconteceu... mas, nunca sei o que é... só sinto...
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Hoje o matutando traz um conto e uma crônica. Dois textos interessantes, que encontrei navegando por aí, um fala da chuva e o outro de algo que lembra...
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Guarda-chuva de Chocolate

Quando era miúda adorava guarda-chuvas de chocolate. Dava-me imenso prazer trincá-los, chupá-los, saboreá-los até ficar só a bengalinha de plástico! Sempre que a minha mãe chegava a casa reivindicava o meu presente do dia... nessa altura não existiam os Kinder chocolate, mas crescer também era bom!.

Enquanto a mãe tomava duche aproveitava para ser senhora: borrava os lábios de batom, enchia a cara (e o vestido!) de pó de arroz e claro, a sensação de vestir meias de vidro e calçar os sapatos de salto alto era bestial! Depois passarinhava pela casa, passava modelos imaginários e era fotografada pelos meus ursos de pelúcia, que assistiam muito sérios ao meu aparato. Aliás, só se mexiam quando lhes fazia festas, e aí parecia que ganhavam outro ânimo para mais um desfile de vaidades.
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A minha Mãe não gostava muito, gritava sempre comigo e dizia que eu já não tinha idade para essas brincadeiras!... Eu acho que era por causa daquelas caixinhas de cartão que tinham muitas bolinhas brancas lá dentro – deviam ser saborosas, porque ela gostava quase tanto delas quanto eu de chocolate! Acho que se chamavam comprimidos...
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Boneca de Trapos – Contos
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A Chuva dos Anos.

De repente o inverno começa e a chuva generosa traz uma sensação de repouso, que toma conta do nosso corpo. Dá uma vontade de rir sozinha ou de ficar em silêncio absoluto só para ouvir o som da chuva, ou ainda para repetir o velho trecho de conversa "ô chuvinha abençoada" para alguém ao nosso lado. Toda essa invocação é apenas porque ansiamos por uma trégua do calor intenso do verão afogueado de nossa terra.
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Mas a chuva também refresca memórias. Houve um tempo quando ela era como uma de nós -- uma moleca nos chamando para uma brincadeira na rua, ou uma mãe que cantava docemente uma canção de ninar no tom e na medida do nosso pedido. As vezes, porém, ela chegava vigorosa e soava com um barulho de fim de mundo sobre o nosso telhado de alumínio. Só restava esperar que ela recolhesse seus chicotes líquidos e furiosos para que nos concentrássemos em outros sons ao redor.
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Também, além da cumplicidade, a chuva nos trazia outras ocupações. Era época de plantar cebolinhas, tomates, pimentões entre flores conhecidas como cristas-de-galos, crótons vermelhos, santas terezinhas e onze horas. Por causa da chuva, retirávamos dos armários nossas sombrinhas, as quais, antes de serem esquecidas em um canto de algum lugar aconchegante, espalhavam suas cores pelas ruas cinzentas.
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Hoje a chuva soa um tanto solitária pelas ruas cheias de carros. Os anos também correram rápido e nós crescemos. Até ela também se avolumou sobre o asfalto e amplos pisos de cimento. No entanto, nossos anseios por sua presença não mudaram porque é ela que dispersa o calor do nosso verão, na porção quase perfeita. Enquanto ela rega jardins e amolece a terra um pouquinho, dá a partida para uma conversa e faz florir as velhas lembranças.
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Encontrei aqui!
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Esta crônica me trouxe recordações de quando era pequena e vibrava com os dias de chuva, só para poder ir pra escola com a minha sombrinha. Cada ano era uma diferente, mas sempre linda e colorida. Tem uma da qual nunca me esquecí... era azul e no final do cabo, lá estavam Tom e Jerry, de borracha... eu achava diferente, "luxosa" que só...hehe
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Novidade Boatodavida!

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A Lana, do blog "Na Boca de Matildes" (antigo, Na Boca da Matilde), voltou a blogar! E é com grande satisfação que dou esta notícia aqui. Pra quem curte o Jogo BBB, vale a pena dar uma conferida e quem não curte também, passe por lá...
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Inté...

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Porque Hoje é Sexta Feira...

IMAGENS DA SEMANA


Um casal vai ao restaurante comemorar seus 60 anos de casados e pedem sopa para jantar. A senhora muito empolgada começa:
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- Meu amor hoje estamos em festa porque nosso casamento sempre foi maravilhoso, você sempre me tratou bem e me deixou sentir que sou uma mulher amada. Você sempre me respeitou e me fez sentir uma mulher sexy, só falando isso sobe um fogo pelo meu corpo todo amor.
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Aí o vei vendo a cena olha pra veia e diz:
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-Tire os peitos da sopa mulher.
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E na época da inocência...
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Peguei essa imagem do blog da Brisa, Comentando o Comentado...hehe
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Hoje é sexta feira, dia de bebemorar... simbora então, quem me acompanha?



Para homens machistas que acham que:



Eu digo que a gente vai pro fogão, com gosto! hehe...
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E, pra finalizar, vai aí uma estorinha sobre a Loja de Maridos...
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Acaba de ser inaugurada em New York, The Husband Store, uma nova e incrível loja, onde as mulheres vão para escolher um marido.
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Na entrada, as clientes recebem instruções de como a loja funciona:
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"Você pode visitar a loja APENAS UMA VEZ! São seis andares e os atributos dos maridos à venda melhoram à medida que você sobe os andares.
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Mas há uma restrição:
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pode comprar o marido de sua escolha em um andar ou subir mais um. MAS NÃO PODE DESCER, a não ser para sair da loja, diretamente para a rua".
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Assim, uma cliente foi até a loja para escolher seu marido. No primeiro andar, um cartaz na porta:
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1º Andar - Aqui todos os homens têm bons empregos.
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No segundo andar, o cartaz dizia:
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2º Andar - Aqui os homens têm bons empregos e adoram crianças.
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No terceiro andar, o aviso dizia:
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3º Andar - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças e são todos bonitões.
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"Uau!," ela disse, mas foi tentada e subiu mais um andar. No andar seguinte, o aviso:
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4º Andar - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitos e adoram ajudar nos trabalhos domésticos.
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"Ai, meus sais", disse a mulher, mas continuou subindo.
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No andar seguinte, o aviso:
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5º Andar - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitões, adoram ajudar nos trabalhos domésticos, e ainda são extremamente românticos. Ela vacilou, mas subiu até o sexto andar e encontrou o seguinte aviso:
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6º Andar - Você é a visitante número 31.456.012 deste andar. Não existem homens à venda aqui. Este andar existe apenas para provar que as mulheres são impossíveis de contentar. Obrigado por visitar a Loja de Maridos.
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Bom fim de semana, matutada!
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Inté...

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Hoje tem Marmelada? Tem sim Senhor!



Uma pirueta
Duas piruetas
Bravo, bravo
Superpiruetas
Ultrapiruetas
Bravo, bravo
Salta sobre
A arquibancada
E tomba de nariz
Que a moçada
Vai pedir bis...

Eita, li a Mara dizendo que vai deixar o post em seu blog, por mais tempo, pois irá fazer uma visitinha básica ao Cirque du Soleil. Que vontade que me deu de ir ao circo e quantas lembranças boas me vieram na cachola... lembranças da infância, onde eu ia em circos palpérrimos, mas divertidíssimos!

Palhaços ultra, mega, blaster engraçados, mágicas espetaculares, o trapezista parecia ter asas, as dançarinas me encantavam, sempre gostei de dançar... quando criança, pouco é muito! Eu achava tudo tão perfeito no circo!

Outro dia, tinha um circo aqui, pertinho da minha casa. Fui dar uma conferida básica e me decepcionei um tiquinho. Os palhaços já não são tão engraçados, os moços do trapézio caíam a todo o momento (na rede de proteção) e repetiam, repetiam o número e não acertavam... o mágico ficou manjado, coitado! Poisé, nada como a infância, onde essas coisas têm um valor enorme, e é bom que continue assim. Mas, uma coisa não pude deixar de perceber, as crianças não riam muito com os palhaços de agora, será porque? Alguns dormiram durante o espetáculo, outros não se empolgaram... que coisa, né?
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Bom, agora tenho muita vontade de assistir a um espetáculo do Cirque du Soleil. É um espetáculo diferente do que normalmente é apresentado nos circos convencionais. Os números têm um quê de teatro mambembe, do próprio mundo circense, do balé, etc. É tudo tão colorido, a maquiagem é linda e fascinante! Todo o espetáculo é acompanhado por música ao vivo e a língua falada durante é o “Cirquish”, um dialeto imaginário criado pela companhia. Legal, né!?
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“Uma das grandes características do Cirque du Soleil foi ter transformado o mundo do circo. Tornar atual algo já tão antigo e internalizado na memória de todos. Fez isso muito bem através da mistura que criou, trazendo influências de espetáculos dos mais variados e das mais diferentes culturas. Recrutando artistas e números de circo de toda parte, faz um mix de tudo juntando seu próprio estilo.
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Não esquecendo dos grandes circos que até hoje encantam mundo afora, pode-se afirmar que esta companhia de pouco mais de 20 anos é hoje um dos maiores espetáculos de circo do mundo. Suas performances disponibilizam-se em DVDs e CDs e estão sempre com espetáculos em toda parte do planeta. A trupe do circo é hoje membro da Calçada da Fama do Canadá.”
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Essa música do Chico Buarque, Saltimbancos, sempre que ouço, me lembro dos Trapalhões. Da época de Mussum e Zacarias, do filme Saltimbancos, que por sinal eu tenho em DVD e muito me emociona assistir...
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Definitivamente, o circo me traz só boas recordações... sorriso bobo de orelha à orelha...
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"O ESPETÁCULO NÃO PODE PARAR"
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E, por falar em circo, parece que a CPMF caiu por terra mesmo, né!? Até que enfim!

08 Piruetas.mp3

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Inté...

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Ferida

Ela lambia vagarosamente o fio de cabelo. E como um cão com a ferida, vigiava os lados para se certificar da solidão. Da cozinha podia ver o marido assistindo a reprise do futebol e ouvir a gritaria dos moleques que brincavam de bola dentro do quarto – quantas vezes eu já disse que não pode jogar bola aqui?-, mas o barulho da TV e as vozes das crianças não a tiravam da letargia. Sentia vontade de deixar queimar o arroz, o feijão, salgar a carne. Queria ainda deixar a pilha de louça suja esquecida na pia, desligar a máquina de lavar roupa e não atender à porta de serviço – a senhora pediu água? Jogou os cabelos para trás e ficou olhando o homem levantar o galão de vinte litros e colocá-lo no suporte em cima do balcão. Queria estar dentro dele, ser aquela água límpida que logo escorreria pela boca de alumínio fosco, que encheria os copos e os jarros da casa e acabaria esparramada no chão pela fúria do filho mais novo.
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A chaleira apitou e ela caminhou até o armário.
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Na noite anterior, sem que ninguém percebesse, tinha derramado todo o pó de café na lixeira da rua. Não sabia onde estava com a cabeça, mas de alguma forma sentia necessidade de acordar e não ter o café para fazer. Deitou-se mais cedo e ficou a madrugada revirando-se na cama. Pensava no marido, nas crianças cobrando a xícara de café-com-leite e ela ali, no meio da cozinha, sorrindo e dizendo: hoje não tem. Mas não teve forças de seguir adiante em seu intuito. Levantou-se antes das seis da manhã, correu à casa da mãe e trouxe de lá o pó que ia agora colocar no filtro por onde escorreriam a água quente e seus desejos noturnos. E lembrando-se deles, sentou-se na cadeira, puxando mais um fio de cabelo. Não havia pressa no movimento, só esperança. Esperança de que aquele fio, depois de lambido e engolido, lhe preenchesse o vazio.
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Vássia Silveira
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ELBA RAMALHO - TRE...

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Inté...

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Listas, Natal e Mitologia


O natal ta chegando, e aí, já fez sua listinha de presentes? Mandou sua cartinha pro Papai Noel?

Eu ainda não fiz a minha, pra falar a verdade, nem estou com ânimo de fazer. Larguei mão das listas desde o fim do ano passado. Eu tinha mania de fazer aquelas listinhas básicas de coisas que não farei e coisas que farei no ano novo... nunca funcionou... ou melhor, se eu cumpri com alguns dos itens, nem sei, não voltava na lista pra conferir.

É que nem agenda. Eu bem que tentei me adaptar, anotava coisas, compromissos, horários, aniversários, datas especiais, mas me esquecia de conferir a bendita... hehe... este ano, nem tive uma.

E amigo oculto? Quem aqui, já está fazendo parte de algum? Quantas vezes você já foi presenteado com algo de que não gostava? Uma vez eu ganhei de presente, um shampoo de cenoura... outra, um saquinho com cinco balas dentro (na quarta série)... hahahhhaaaa... Ah, mas, tudo bem, provavelmente já dei algum presente que alguém também odiou, não é mesmo? Sim, porque a gente reclama dos presentes que ganhamos nos amigos ocultos e nos esquecemos que também podemos estar dando uma bola fora...

Ah, bom mesmo é o banquete da noite natalina, isso sim! Hum... adoro as carnes assadas, lombos, as farofas, os complementos, sobremesas... eita, que é tudibom!

Este ano, em especial, o natal está me deixando saudosa e pensativa... não entro na questão mística/religiosa da data... este ano, não. Ando matutando sobre a vida, suas possibilidades, o futuro que me espera... fico sonhando e voando aaaltoooo!
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Bom, deixando de lado, por enquanto, o meu bla, blá, blá sobre o natal e voltando com a série: Mitologia Grega. Hoje o Matutando conta a estória de Cronos, deus do Tempo.



A figura enigmática de Cronos representou, na mitologia, um claro exemplo dos conflitos religiosos e culturais surgidos entre os gregos e os povos que habitavam a península helênica antes de sua chegada.

Cronos era um deus da mitologia pré-helênica ao qual se atribuíam funções relacionadas com a agricultura. Mais tarde, os gregos o incluíram em sua cosmogonia, mas lhe conferiram um caráter sinistro e negativo.

Na mitologia grega, Cronos era filho de Urano (o céu) e de Gaia (a terra). Incitado pela mãe e ajudado pelos irmãos, os Titãs, castrou o pai - o que separou o céu da terra - e tornou-se o primeiro rei dos deuses. Seu reinado, porém, era ameaçado por uma profecia segundo a qual um de seus filhos o destronaria. Para que não se cumprisse esse vaticínio, Cronos devorava todos os filhos que lhe dava sua mulher, Réia, até que esta conseguiu salvar Zeus. Este, quando cresceu, arrebatou o trono do pai, conseguiu que ele vomitasse os outros filhos, ainda vivos, e o expulsou do Olimpo, banindo-o para o Tártaro, lugar de tormento.

Segundo a tradição clássica, Cronos simbolizava o tempo e por isso Zeus, ao derrotá-lo, conferira a imortalidade aos deuses. Era representado como um ancião empunhando uma foice e freqüentemente aparecia associado a divindades estrangeiras propensas a sacrifícios humanos. Os romanos assimilaram Cronos a Saturno e dizia-se que, ao fugir do Olimpo, ele levara a agricultura para Roma, com o que recuperava suas primitivas funções agrícolas. Em sua homenagem, celebravam-se as saturnálias, festas rituais relacionadas com a colheita.
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O mito de Cronos oferece elementos simbólicos interessantes a serem explorados para pensar algumas qualidades que o tempo pode assumir, sobretudo como instrumento de poder. A castração de Urano, por exemplo, representa o estancamento da intuição e da criatividade, capazes de antever o futuro. Por outro lado, ao engolir seus filhos, Cronos busca preservar o poder, controlando possibilidades e estabelecendo limites para o futuro. Mas Cronos é incapaz de controlar totalmente as possibilidades do futuro representadas por Zeus, que em silêncio, aguarda uma oportunidade para manifestar-se.
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Segundo Sulivan, Cronos também representa o olhar crítico daquele que avalia possibilidades e limites. Ele simboliza a percepção ou delimitação das circunstâncias temporais. As noções de limitação e delimitação estão em estreita relação com à noção de tempo cronológico.
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Inté...
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