quinta-feira, 3 de maio de 2007

A Mulher do Piolho...

Era uma vez um homem muito circunspeto e cioso de sua personalidade. Muito moço teve a dita ou desdita de casar com uma mulherzinha extrovertida e por demais faladeira. Num dia de domingo, depois do almoço, o homem estava sentado debaixo de uma árvore, tomando fresco, quando a mulher veio para junto, querendo lhe catar cafuné.

De bom grado o homem deitou a cabeça no seu colo. Cafuné para cá, cafuné para lá, acabou por cochilar, enquanto a mulher já meio distraída mexia nos seus cabelos. De repente algo estranho atravessou correndo o couro cabeludo do homem.

Mais que depressa a mulher diligenciou uma busca meticulosa, terminando por encontrar um piolho.

— Um piolho!... Acorde marido! Olhe um piolho na sua cabeça.

O homem acordou assustado e logo viu o piolho esborrachado entre os polegares da esposa. Encabulou, mas nada disse. Porém a mulher não parou mais de falar durante a tarde. A noite chegou e ela falando. O homem calado estava, calado continuou. Noite a dentro, volta e meia, a mulher exclamava: — Marido, o piolho!...

No dia seguinte, indo bem cedo para a feira fazer as compras, percebeu que a mulher contava a todos quanto cruzavam o seu caminho o achado da véspera.

— Gente, não lhe conto! ontem eu encontrei um piolho na cabeça do meu marido.
— Um piolho! — Quem ouvia se escandalizava e com justa razão.
— Sim, senhor. Um p-i-pi-o-l-h-o-lho.

O marido cada vez mais aborrecido, calado estava, calado continuava. Entrava dia, saía dia, dormindo ou acordada, a conversa da mulher convergia somente para o malfadado achado.

Por fim, já furioso, o marido arranjou uma mordaça de cachorro e pôs na boca da esposa. Ela pareceu meio sufocada mas teve medo de protestar e se conservou em silêncio. Assim o homem acreditou ter solucionado a questão. Mas sua alegria durou pouco. Na feira, em casa, na missa, toda a vez que alguém olhava para os dois, ela não perdia tempo. Esfregava a unha do polegar direito na do esquerdo, como se estivesse matando um piolho, e apontava depois para a cabeça do marido.

Em desespero de causa, o marido carregou com ela para a beira de um rio fundo. Atou aos seus pés uma pedra e lhe deu um empurrão. A pobrezinha caiu na água e começou a se debater, tentando se manter à tona. Mas quando percebeu pessoas que corriam em seu socorro, suspendeu os braços acima da cabeça e fez o gesto de esfregar as unhas dos polegares. Foi afundando, se afogando, mas sem deixar de fazer o gesto de matar um piolho.
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A coitada da mulher do piolho morreu pela própria boca provocante e maledicente...
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É uma fábula bem legal para ensinar crianças e adultos, a serem prudentes, ponderados e principalmente a respeitar as pessoas e não sair por aí fazendo chacota, debochando e denegrindo gratuitamente a imagem ou opinião de quem quer que seja.

No final das contas, o deboche volta para o debochador e o que um dia foi engraçado, torna-se repetitivo e sem graça, levando-o ao descrédito, a ser ignorado e, por fim, à decadência.
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Aos leitores deste blog, quero explicar, que esse post não estava nos meus planos, o que seria postado hoje já estava quase finalizado. O que me fez mudar de idéia, foi um comentário, ou melhor, vários comentários ácidos, sarcásticos, irônicos e depreciativos, feitos insistentemente e repetidamente por uma freqüentadora assídua do Na Boca da Matilde, blog que frequento e gosto bastante e recomendo!

A freqüentadora em questão, não se conforma e não admite de jeito algum qualquer comentário de elogio a respeito da Íris Stefanelli, vindo de fã, da mídia, da dona do blog ou de quem quer que seja. Quando acontece, logo ela aparece para por mal gosto, duvidar ou remoer assuntos que ficaram lá atrás...

Ter gostos diferentes é normal, respeitar a opinião do outro é essencial. Se ela não gosta da Íris e tem preferência por outro bbb, ta mais do que no direito de se expressar sobre isso, se assim for da sua vontade. Mas tem que respeitar as outras opiniões. A provocação sarcástica, debochada e desrespeitosa que ela faz não só da Íris, mas de quem quer que torça ou fale bem da mesma, está beirando o intolerável!

Ela tornou-se amarga, repetitiva, chata e extremamente cansativa...Então, quando li mais um de seus idênticos comentários habituais, me lembrei na hora da “Mulher do Piolho” e resolvi postar. Tá explicado pessoal?
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