quarta-feira, 6 de junho de 2007

O Ciúme...

O Ciúme

O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
(...)
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
(Trecho da música "Ciúme" - Caetano Veloso)

Hoje to a fim de falar sobre o ciúme. Esse sentimento com o qual mais dia, menos dia, todos nós nos deparamos. Muitas vezes, normal e passageiro, outras, intenso e doentio...

O
ciúme é um sentimento de medo de que alguém possua algo que julga pertencer. Segundo o psicólogo Odair J. Comin, até certo grau, o ciúme pode ser normal, pois “somos seres afetivos e carentes de atenção, temos dificuldades de lidar com a rejeição, com a troca ou algo que fira nossos sentimentos, sejam eles quais forem”.

Se analisarmos mais detalhadamente o ciúme, podemos perceber, logo de início, que não se trata de um sentimento voltado para o outro, mas sim voltado para si mesmo, para quem o sente, pois é, na verdade, o medo que alguém sente de perder o outro ou sua exclusividade sobre ele. É um sentimento egocentrado, que pode muito bem ser associado à terrível sensação de ser excluído de uma relação.

Existem três tipos de ciúmes, o normal, mais comum, é a pessoa sentir-se enciumada em situações eventuais nas quais, de alguma forma, se veja excluída ou ameaçada de exclusão na relação com o outro. Nesse caso, em que a pessoa é, supostamente saudável, o sentir-se enciumado a leva a questionar-se sobre este sentimento. Ela chega a compartilhar com o outro isso e pode tirar algumas conclusões importantes sobre sua forma de ser.

No segundo caso, a sensação permanente de angústia e instabilidade, a insegurança em relação a si mesmo e ao outro, além da fragilidade da relação afetiva, podem levar a pessoa a manter um permanente “estado de tensão”, temendo ser traída ou abandonada. Qualquer sinal do outro pode significar algo e a angústia da dúvida corrói a alma de quem é ciumento. A pessoa pode até não ter ciência deste seu sentimento, permanecer em vigília o tempo todo, tensa, aflita, tomando atitudes destemperadas, sempre procurando uma forma de confirmar suas suspeitas. Isto pode ir de um sombrio ato de vasculhar bolsas e bolsos, checar ligações telefônicas, e até seguir ou mandar seguir o outro pelas ruas em busca de provas de sua infidelidade. Suas reações no dia-a-dia são, geralmente agressivas, acusadoras, desconfiadas, causando um grande mal-estar na relação.

Em uma terceira situação, ainda mais grave sob o ponto de vista de comprometimento do psiquismo, podem ocorrer situações delirantes em que a desconfiança do ciumento cede lugar a uma certeza infundada de que está mesmo sendo traído ou abandonado. O chamado ciúme patológico, também conhecido como "Síndrome de Otelo", em referência ao personagem shakespeariano que sofria deste mal, pode levar a pessoa a cometer atos de extrema agressividade física, configurando aqueles casos que recheiam as crônicas policiais de suicídios e homicídios passionais.

A pessoa ciumenta, além de causar sofrimento, também sofre muito com seu ciúme, tem baixa auto-estima, é uma pessoa insegura e dependente, deixa-se levar por sua imaginação, a qual está sempre voltada para o negativo. Muitos relacionamentos terminam por causa de ciúme. E, pior ainda, esta pessoa ciumenta, que causou o término deste relacionamento, será mais ciumenta ainda depois disso, o que gera um círculo vicioso sem fim, com um sofrimento cada vez maior.

De qualquer forma, o complexo sentimento de ciúme, longe de ser aquele condimento que torna a relação amorosa mais apetitosa, é um sentimento que leva, via de regra, ao sofrimento de quem o sente e, principalmente, de quem padece nas mãos de um ciumento desconfiado e agressivo.

Já fui uma pessoa muito ciumenta e posso assegurar, que não foi uma experiência legal, pelo contrário, sofri e fiz sofrer...Temos que nos policiar sempre e assim que percebermos que estamos passando dos limites com o ciúme, por o pé no freio. Tem gente que tem ciúmes de marido, namorado, filhos, sobrinhos, pai, mãe, sogra(o), genro, nora, amigos, até mesmo de amigos virtuais, vê se pode!?...rs...Ciúmes de coisas pessoais como, livros, roupas, cds, Dvds, carro e por aí vai...A avó da minha cunhada sente ciúmes de um sofá que ela tem há anos! Não gosta que sentem nele, para não estragar...
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Como eu disse, já fui muito ciumenta, mas acho que o que aflorou esse ciúme doido em mim, foi o relacionamento que mantive na época...Depois disso, voltei ao meu “normal”. Não sou apegada às coisas, empresto roupas, sapatos, às vezes até deixo de vez com quem me pediu emprestado. Só sou meio cri-cri, com meus Dvds, até empresto, mas para pessoas cuidadosas, ou então empresto por falta de coragem para negar...he...he...
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Com as pessoas o meu ciúme está dentro do normal, como sitei aí em cima...Mas, não empresto a pessoa que está comigo não, ok!?...hahahahaha...

Uma dica para quem é muito ciumento(a): Leia o livro “Ninguém é de Ninguém” da Zíbia Gasparetto.
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Tenho esse livro, já li e vou reler qualquer dia desses...É muito bom e esclarecedor. Posso afirmar que se você é um ciumento ferrenho ou já foi um, vai se reconhecer em muitas passagens no livro e é nessa hora que você começa a trabalhar esse sentimento. Porque nada melhor do que a verdade nua e crua na nossa cara para nos fazer pensar e trabalhar uma situação a fim de melhorar a cada dia...

Há quem pense que sentir ciúme é provar que se ama ardentemente. Até descobrir que ele transforma sua vida amorosa em dolorosa tragédia que termina em amarga separação. Se fizermos as contas, perceberemos que sofremos mais com as pessoas que amamos do que com aquelas que nos odeiam. O que você chama de amor não será apenas paixão? Você vive se inferiorizando por não conseguir atingir os seus vaidosos ideiais e sempre escolhe alguém que terá a terrível tarefa de fazê-lo sentir-se melhor. Tortura essa pessoa para que ela lhe dê uma exaustiva atenção, a mesma que você se nega. Luta para ser o dono absoluto do outro, como se o fato de gostar lhe desse esse direito. Esta história o fará refletir sobre o falso e o verdadeiro amor e perceber que a vida afetiva é um constante exercício de autodomínio. No final descobriremos que só possuímos a nós mesmos, pois ninguém é de ninguém. (Sinopse do Livro).

Portanto...Relax, ok!? Manere os seus ciúmes...