sábado, 6 de outubro de 2007

Cores de Frida Kahlo

No post de ontem, coloquei um vídeo da música “Esquadros” da Adriana Calcanhoto, onde ela menciona, “cores de Frida Kahlo”... dentre várias personalidades femininas que “conheço”, uma que sempre me exerceu um certo fascínio, foi a artista mexicana, Frida Kahlo! Um fascínio mais pela sua estória de vida do que pelas suas obras... se bem que ambas estão interligadas... bom, quem ainda não sabe o porque desta ligação, continue lendo que entenderá.

Hoje quero falar sobre ela, mas, como não tenho grande conhecimento da sua estória, nem de sua obra, pesquisei pela net e encontrei alguns textos que resumem muito bem quem foi/é Frida Kahlo. Fiz algumas alterações, acrescentei aqui e ali e cortei algumas partes... montei um texto e no final darei os devidos créditos...

Madalena Carmen Frida Kahlo (1907-1954), uma mulher transgressora, desafiante, valente, ferida e feroz. Assim se pode descrever esta artista mexicana, grande ícone da pintura ibero-americana.
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A vida de Frida Kahlo esteve marcada pela dor, pelas tragédias, pelo sofrimento. Daí, que a sua pintura convertesse-se no seu refúgio, na sua maneira de fazer-se sentir, numa biografia da sua vida: da sua luta, da sua dor, da sua terra e da sua época. Conhecida pelos auto-retratos ela mesma se justifica dizendo:
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"Pinto-me a mim mesma porque estou com freqüência sozinha, e porque sou a pessoa a qual melhor conheço".


Para Frida a pintura foi uma maneira de inventar-se a si mesma, mas também foi um modo de exorcizar a dor e de fazer tolerável o desespero das numerosas convalescenças que teve que defrontar ao longo da sua vida.

Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. O constrangimento causado por essas seqüelas acabou criando um fato extremamente interessante. Para encobrir a deficiência ela começou a usar saias longas como as das indígenas mexicanas. Mais adiante, quando Já famosa, as intelectuais de sua época e as mulheres de um modo geral acharam que ela estava lançando moda e começaram a também usar aquelas saias longas.

Aos 18 anos Frida sofreu um gravíssimo acidente! O bonde em que passeava chocou-se contra um ônibus. Ela sofreu múltiplas fraturas e uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa em uma cama.
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Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama. Frida sempre pintou a si mesma. Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido Diego Rivera.
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Por conta da fratura de pelve, ela não poderia ter filhos de parto normal, e era recomendável, portanto que evitasse engravidar. O acidente também destruiu seu sonho de ser médica. Em 1929 ela sofreu o primeiro aborto; em 1932, o segundo e último. Seu grande desejo era ter filhos, e a impossibilidade de concretizá-lo naturalmente deixou-a extremamente traumatizada.

Nesse período, Frida pintou o quadro "O Hospital Henry Ford", também conhecido como A Cama Voadora (1932). O quadro mostra a pintora deitada na cama do hospital, flutuando sobre o leito, um feto do sexo masculino, um caramujo e um modelo anatômico de abdome e de pelve. No chão, abaixo do leito, são vistos uma pelve óssea, uma flor e um autoclave. Todas as seis figuras estão presas à mão esquerda de Frida por meio de artérias, de modo a lembrar os vasos de um cordão umbilical. O lençol sob Frida está bastante ensangüentado. Seu corpo é demasiadamente pequeno em relação ao tamanho do leito hospitalar, de modo a sugerir seu sofrimento e sua grande solidão.


Do olho esquerdo de Frida goteja uma enorme lágrima, simbolizando a dor de uma mãe pela perda do filho; a pelve óssea é um testemunho da causa anatômica da impossibilidade de ser mãe.

A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos.


Há também uma pintura chamada O Coração, ou Recordação, de 1937, onde ela pinta um coração de tamanho proporcional ao seu sofrimento ao ter descoberto que seu marido mantinha um romance com sua irmã Cristina. No quadro ela se mostra com o tórax traspassado por um objeto perfurante, enquanto o coração sangra no chão, exprimindo sua imensa angústia.

No entanto, apesar dos numerosos affairs com outras mulheres, Diego ajudou Frida a revelar-se como artista. Em 1930, viaja com a esposa para os EUA, onde tinha trabalhos e exposições. Frida, mais mexicana do que nunca, chocava a todos com suas roupas, risos e gestos. Nessa época ela descobriu-se uma forte e desejada mulher.

Belíssimo vídeo com a verdadeira Frida Kahlo

Frida tinha 11 meses quando a irmã Cristina nasceu. Por causa da recém-nascida, sua mãe entregou-a para ser amamentada por uma ama-de-leite. Um profundo sentimento de rejeição seguiu a pintora por toda a vida e foi expresso no quadro Eu a Mamar, também chamado A Minha Ama e Eu, de 1937. Para retratar a frieza com que a ama-de-leite a amamentava, Frida pinta os olhos e a face dela de negro, tirando-lhe a personalidade e mostrando que não queria que ela a fitasse.

O escritor Carlos Fuentes, grande admirador de Frida disse dela uma vez:

"Frida encontrou a maneira de pintar a dor, de permitir-nos ver a dor e, com isso, refletir a dor do mundo… ela é a imagem da conquista da adversidade, contra vento e maré, ela representa a quem é capaz de formar a sua vida e reinventar-se a si mesmo e viver plenamente… Frida Kahlo é neste sentido o símbolo da esperança, do poder, da capacidade de encher-nos de forças para um setor variado da nossa população que passa por condições adversas".


A obra de Frida foi definida em muitas ocasiões como surrealista, inclusive pelo próprio André Breton, grande impulsor deste movimento. Outros, como o seu marido, o grande artista mexicano Diego Rivera, definiam à pintora como realista.
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No entanto, ela fugiu em todo momento de etiquetas, e comentou em alguma ocasião:
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"Não sei se minhas pinturas são ou não surrealistas, mas, do que tenho certeza é que são a expressão mais franca do meu ser".
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Livre de qualquer enquadramento, o que pode dizer-se da pintura de Frida é que é profundamente mexicanista, e neste aspecto da sua obra, Diego Rivera teve uma grande influência. Foi idéia dele que Frida se vestisse com as roupas tradicionais, que junto a suas sobrancelhas povoadas e bigode, chegou a ser o seu próprio símbolo.

Após tantos altos e baixos vividos, seu estado de saúde piorou, e o colete antes de gesso, foi substituído por um de ferro que impedia até a sua respiração. Em 1946 sua coluna precisou ser operada. Com fortes dores na perna direita, em 1950 é tratada em um Hospital Inglês durante todo o ano. Mas continuou pintando. Nessa época, os médicos tiveram que amputar a sua perna e ela entrou em depressão. Pintou suas últimas obras, como Natureza Morta (Viva a Vida).
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A pintora se submeteu a mais de 30 cirurgias, entre as quais sete de coluna, em um mesmo ano (1950-1951). Os lugares submetidos às cirurgias, infeccionaram, por conta do colete de uso obrigatório.

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Em 2 julho de 1954 Frida participou, em cadeira de rodas, da manifestação contra a intervenção americana na Guatemala.
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Frida Kahlo viveu como Diego Rivera recomendou, um dia, a ela:
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“Pega da vida tudo o que ela te der, seja o que for, sempre que te interesse e possa dar certo.”
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Ela costumava dizer que “a tragédia é o mais ridículo que há” e “nada vale mais do que a risada”.
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Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não eram surrealistas:
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"Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade.”

O Diário de Frida Kahlo


Nesta página Frida fala um pouco das cores e do seu significado. Por exemplo: Para ela amarelo significava loucura. O verde tépida e boa luz. O vermelho "Sangue, talvez, quem sabe!"

Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas:

"Espero alegre a saída e espero nunca voltar - Frida".

Talvez Frida não suportasse mais.

Fontes: (ciberamerica , Portal medico , portalartes )

Bom, é bem por aí... foi o resumo que fiz sobre a vasta estória de vida de Frida Kahlo...

Inté...

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