sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Boato


Fiquei sabendo de um estudo divulgado pela revista Proccedings of the National Academy fo Sciencies (PNAS), que diz que o boato seria mais poderoso que os fatos comprovados para determinar a opinião que as pessoas têm de outras.

No início do estudo, os pesquisadores alemães analisaram a maneira pela qual os rumores sobre uma pessoa influenciam no comportamento de terceiros com relação a ela.
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Para tanto, analisaram o comportamento de 126 estudantes que jogavam videogame em duplas ou com adversários anônimos.Cada um deles recebeu um envelope com 10 euros para distribuir a seus parceiros em determinadas partes do jogo.
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Enquanto durava o jogo, eles escreviam bilhetes a respeito do comportamento dos jogadores dos turnos anteriores, em particular sobre sua generosidade.
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Os jogadores que leram coisas positivas sobre seus parceiros os recompensaram financeiramente, o que sugere que o boato teve um forte impacto nas suas decisões.
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Mas os pesquisadores também deram aos participantes uma lista das ações reais de seus participantes durante as primeiras etapas do jogo. Muitas vezes, os rumores contradiziam os fatos.
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Surpreendentemente, nestes casos as decisões dos estudantes pareciam se basear nos boatos mais do que nos fatos comprovados.
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"As pessoas se vêem indevidamente influenciadas pelo rumor, inclusive se ele contradiz o que viram" (Ralf Sommerfeld, pesquisador do Instituto Max-Planck na Alemanha).
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Segundo ele, o boato é percebido como confiável porque, ao longo do tempo, se tornou em um instrumento útil para reunir informação. fonte: aqui!

Tenho que concordar com este estudo. É verdade, quantos e quantos boatos nos deixaram encafifados, cismados com alguém mesmo sabendo que aquilo que nos chegou aos ouvidos é meio absurdo e muito improvável? Muitos, né! E, que a gente balança, balança! Não sabemos se acreditamos ou não e, muitas vezes tomamos o tal boato como verdade mesmo.
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Vou exemplificar com um caso de um boato que, creio eu, existe em quase todas as escolas de quase todas as cidades brasileiras... ah, não vou exagerar tanto...hehe... quase todas as cidades mineiras... ta bem, em quase todas as cidades do interior de Minas, pronto!
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Pois bem, quando eu estava na sexta-série, ouvi um boato sobre a vice diretora da escola (acho que existia este cargo...rsrsrs), que era de deixar os cabelos em pé. Todos na escola a conheciam pelo apelido de “Fulana da garrafa”.
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Já deu pra imaginar o porque, né?... não!? Eita, então vou contar.
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Reza a lenda, que “Dona fulana”, um dia, na solidão do seu lar, pegou uma garrafa e foi brincar de ser feliz...hehe... e, a tal garrafa, pegou pressão (gente, to contando como era contado na época...) e não quis sair de dentro da “Dona fulana” que por conta disso, foi parar no hospital, pra retirar a bendita/maldita da garrafa!
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Absurdo, né? Mas todos acreditavam, inclusive eu... ou melhor, todos os alunos acreditavam... quanto aos professores, eu não sei.
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Mais tarde, já na oitava-série, ou primeiro ano, não me recordo ao certo, mudei de cidade e lá fui eu, para uma nova escola. Pois não é que por lá também tinha um caso idêntico?
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Mas desta vez, o apelido da vítima do boato era “Fulana Garrafão”... pois não tinha sido com uma garrafa e sim com um garrafão. E, novamente, "todos" acreditaram... daí eu já achei meio estranho, desconfiei da semelhança das estórias, só que, no fim das contas, se era pra zuar (adolescente adora isso), beleza, entrei na onda e mais acreditei do que duvidei do tal boato. E neste caso (e no outro da garrafa), por conta do boato, ninguém levava a “Fulana Garrafão” à sério... as piadinhas corriam soltas, coitada...
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Poisé, cidade pequena tem dessas coisas, principalmente cidade do interiorzão de Minas.
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Outro boato que ganhou força e que os adultos da cidadezinha mineira, onde eu morei na minha infância, acreditavam, era o de que os ciganos roubavam crianças. Não sei de onde tiraram isso, mas eu sempre ouvia mamãe recomendar.
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– Minha filha, chegou cigano na cidade, não quero saber de você brincando na rua! Chame suas amigas para brincarem aqui em casa!
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- Mas porque não posso brincar na rua, mamãe!?!
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- porque os ciganos podem te pegar... eles roubam crianças!
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E a conseqüência disso?
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Eu tinha pavor de ciganos!
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Então, a meu ver, o resultado da pesquisa está certo quando diz que, os rumores sobre uma pessoa influenciam no comportamento de terceiros com relação a ela. Eu que o diga.
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Ah! E uma música, espero que goste... acho que tem a ver com você, no momento...hehe...

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Inté...
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