quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Relacionamentos...Finais e Recomeços...


Ela acordou como acorda em quase todos os dias, um pouco zonza de sono, fica nessa de abrir e fechar os olhos, se virando na cama, por uns cinco minutos mais ou menos até despertar de vez... sempre levanta com o semblante sério, fica introspectiva, precisa de mais uns cinco minutos para dar um bom dia, a alguém... mas, hoje não foi o caso, estava sozinha...

Seguiu sua rotina matinal habitual, se olhou no espelho do banheiro, reparou nos cabelos, lavou o rosto... se pesou, passou os cremes habituais, tomou o seu café habitual (que nem teve café, na verdade), escovou os dentes (ela, só o faz depois do café...) e foi fazer sua caminhada (que ainda não se tornou habitual...)... foi pensando na vida, tecendo possibilidades, idealizando pessoas e situações, repassando na memória seus segredos, e sorriu de canto de boca... um sorriso incontido, meio bobo de felicidade.

Chegou em casa cansada, ofegante e depois de tomar uns bons goles de água gelada, tirou o tênis com pressa, foi direto para o computador, contrariando o que tinha em mente quando vinha da caminhada pensando em chegar em casa e fazer uns abdominais...

Ah, mas a curiosidade junto com a vontade de receber um certo email, foram maiores... e, pra sua surpresa e êxtase, lá estava ele... é, tinha um email DELE! Sorriu feito criança... sentiu um friozinho no estômago... leu e releu várias vezes, até se fartar com as palavras...

E o seu dia começou perfect!
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Mineira


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E ainda sobre relações e relacionamentos...
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Por Maria Lúcia Estrela
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O interessante nas relações amorosas, no instante em que perdem o sentido, é a postura que assumem os envolvidos.

Raramente, o término de um afeto se dá de forma instantânea. Demora algum tempo para que a constatação angustiante do fim se manifeste. Angustiante porque é um prenúncio de morte, de luto, tanto o ficar como o ir embora.

E, talvez, o mais difícil seja passar a conviver com a sensação de fracasso, de impossibilidade em conservar o que se imaginava nosso e, mais ainda, o eventual erro na escolha feita. Então, se chega à conclusão dolorosa de que se plantou a semente da árvore do amor em terra árida ou se esqueceu de irrigar com constância e fidelidade.

Nesses momentos, a dimensão da situação ganha proporções de monstros devoradores. Tudo assusta!

Ao que diz a palavra final resta o ônus da culpa (que não é culpa, é coragem). Ao que ouve o veredicto cabe o ônus da derrota (que não é derrota, é desistência).

A experiência que não deu certo, que não pode continuar sob pena de um dos dois se desfigurar a ponto de perder a própria identidade, é tão desgastante para o que fica como para o que parte.

Preciso é reconhecer as limitações que nos impediram de crescer no relacionamento, sem culpar o outro pela nossa falibilidade pessoal e intransferível. No entanto, no mais das vezes, assistimos a um sem-número de acusações que, além de não nos livrar da culpa, acentuam as nossas omissões. Inexistem culpas em uma relação que acabou. Colocamos no afeto a projeção de necessidades egoístas e deixamos de ver o outro. Enxergamos só o nosso reflexo no espelho. Daí, cansados de nós mesmos, ficamos esvaziados das riquezas que uma troca verdadeira poderia vir a nos proporcionar.

Esquecer que a vida é uma moeda de dois lados é imprudente.

No jogo de culpas vemos apenas um aspecto, o nosso. Pomos um véu sobre as faltas que cometemos e fazemos do outro um algoz que dilacerou nossos sonhos no cadafalso do fim.

Em ambas as faces do amor que esmoreceu, há somente a interrupção de um ciclo, dando liberdade para que outro se inicie na complementação dos elos da existência.

Quando nos deparamos cara a cara com o conhecimento do que realmente somos, então sim, estamos prontos para fazer germinar a semente do verdadeiro encontro. Sabemos, enfim, das nossas restrições e do nosso ilimitado. Adquirimos a sabedoria de regar o amor em tempo certo, dando e recebendo na medida certa, numa cumplicidade e companheirismo que possibilitam a valentia para produzir flores e frutos sem desconhecer a ocorrência dos espinhos, mas sabendo que junto, unidos ao outro, somos capazes de arrancá-los.

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Música pra hoje...

Ana Carolina - Doi...

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Update: Um poema da minha amiga e comentarista do Matutando, Ana Maria... o poema fala sobre o segundo tema postado...

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Fim

Vejo em teus olhos
O disfarce
Sinto tuas mãos

Sem carinho
Teu pensamento
Desatento
Tua incerteza
É fria
Ouço tuas palavras
Sem sentimento
Sinto em teus gestos
Um homem incerto
Daquilo que quer.
Tento conter-me
Em dizer-te
Também estou assim
Fugindo de ti
E tu fugindo de mim.
Tento conter a ternura
Que ainda resiste
Sem muita doçura
Estamos fugindo
Do ocaso
Do nosso caso.
Fugindo do medo
Dos nossos segredos
Da separação
E eu escondo de ti
E tu escondes de mim
Que fomos um dia
Tu e eu
E agora é o fim

Não quero mais ver-te assim
Fugindo de mim.

Ana Maria
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Inté...
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