quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O Primo Basílio...

Por esses dias foi lançado o filme “O Primo Basílio”. Vi um ou dois episódios da Minissérie na Globo, na época protagonizado pela Julia Gan (hoje é a Débora Falabela), que fazia a personagem Luísa. Tenho uma vaga recordação e por isso, estou curiosíssima para ver o filme, já que será praticamente uma novidade pra mim, a trama toda.
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Tenho o livro em casa e estou em dúvida se o leio primeiro e depois vejo o filme, ou vice-versa. Normalmente, o livro costuma ser melhor... se eu assistir antes, posso ficar com preguiça de ler o livro por agora. Se eu ler o livro primeiro, posso ficar fazendo comparações... Oh! Dúvida!
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No longa, a talentosa atriz Glória Pires, está irreconhecível na pele da amargurada empregada Juliana. Seu personagem usa roupas largas, dentes amarelados e uma berruga no rosto, além de ter uma fisionomia sombria e amarga. Muito diferente do seu personagem “Lúcia”, na novela "Paraíso Tropical".

Sabe a música da Marisa Monte “Amor I Love You”? Pois então, mais ou menos no meio da música, ela inseriu uns versos retirados do livro “O Primo Basílio”, veja aqui:

“... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!”

Esta é a parte que tem na música, agora leia a continuação...

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho..."

Eça de Queiroz - O Primo Basílio

O Primo Basílio (1878) é um romance de Eça de Queirós. Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX. O autor, que já criticara a província em O Crime do Padre Amaro (excelente livro, já lí), volta-se agora para a cidade, a fim de sondar e analisar as mesmas mazelas, desta vez na capital: para tanto, enfoca um lar burguês aparentemente feliz e perfeito, mas com bases falsas e igualmente podres. A criação dessas personagens denuncia e acentua o compromisso de O primo Basílio com o seu tempo: a obra deve funcionar como arma de combate social. A burguesia - principal consumidora dos romances nessa época - deveria ver-se no romance e nele encontrar seus defeitos analisados objetivamente, para, assim, poder alterar seu comportamento.

Resumo da Obra: Casados há três anos, Luísa (Débora Falabela) e Jorge (Reynaldo Gianecchini) moram numa rua pouco elegante de Lisboa, freqüentada por gente pobre e que se diverte com mexericos e intrigas. Jorge é engenheiro e trabalha num Ministério, enquanto Luísa, de personalidade enfraquecida pela leitura de romances, vive de forma ociosa e sonhadora. (...) Jorge parte para o interior a negócios. Luísa, solitária, aborrece-se com a ausência do marido até a chegada de Basílio (Fábio Assunção), um primo que fora seu primeiro amor e que a abandonara.

Ao rever a prima, Basílio passa a desejá-la para uma aventura que diminua o tédio de sua permanência na cidade, cujo provincianismo despreza, mas na qual tem negócios a resolver. Luísa cede às tentações do charme, da paixão por Basílio, que a perverte contando suas aventuras amorosas, iguais às dos romances lidos por Luísa, e se entrega a ela, cometendo o adultério. Juliana (Glória Pires), a criada de dentro, ávida por uma vingança contra todas as patroas, rouba algumas cartas trocadas pelos amantes, passando a chantagear Luísa. Basílio, que havia prometido levar Luísa a Paris, abandona-a novamente. Ela se desespera, então, com a chegada de Jorge.

Jorge volta para uma estada em São Paulo. Luísa se vê forçada a enfrentar uma realidade: traíra seu marido, a quem ama na realidade, virara escrava da empregada e, além de tudo não sabe mais de onde tirar tanto dinheiro para arcar com a chantagem imposta por Juliana. Luísa fará qualquer coisa para não deixar que Jorge descubra seu erro...

Parando por aqui senão conta-se todo o filme.

Clique aqui para ver o trailer do filme.

Veja o clipe de Amor I Love You onde mostra também um triângulo amoroso...



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Inté...
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